Na performance “Fragmentos”, criada especialmente para o Teatro #EmCasaComSesc, o ator Felipe Oládélè une trechos de trabalhos realizados pela Companhia Negra de Teatro, da qual faz parte, criando um “rito virtual” no qual a palavra, o canto, o som e as imagens convocam as vozes dos que vieram antes de nós.
Criada a partir dos espetáculos “Chão de Pequenos” e “Um Preto”, “Fragmentos” pretende levar novas questões sobre o momento em que vivemos, somado às discussões raciais e sociais, assuntos que compõem a essência da Companhia Negra de Teatro.
Sobre a Companhia Negra de Teatro
Formada pelo ator e diretor Felipe Oládélè, pelo ator e iluminador Eliezer Sampaio e com colaboração artística do ator Ramon Brant, a companhia circula pelo Brasil e pelo exterior com os espetáculos “Chão de Pequenos”, que tem direção de Tiago Gambogi e Zé Walter Albinati, e “Um Preto” , com dramaturgia e direção de Felipe Oládélè.
Criada em 2015 em Belo Horizonte (MG), o grupo carrega em seu nome uma homenagem à Cia Negra de Revista, grupo criado no ano de 1926 por artistas negros como Galango, Rosa Negra, Mingote, Grande Otelo e Pixinguinha, entre outros.
A Companhia Negra de Teatro tem trabalhos que buscam escancarar as relações sociais estabelecidas na sociedade com pessoas negras, tratando de questões como a falta de representatividade, a ausência de referências em espaços físicos e simbólicos de grande visibilidade, a estereotipação dos corpos negros.
Em “Chão de Pequenos”, os atores contam a história de dois jovens, Lucas Silva e Pedro Henrique, entre a infância e a adolescência, marcados pela orfandade e o abandono da própria família. Dos orfanatos às ruas das grandes cidades, a fábula dos garotos revela a importância da empatia, do diálogo e do afeto nos dias de hoje, numa sociedade marcada pela intolerância e pelo preconceito. Na peça, destaca-se a colaboração da escritora Ana Maria Gonçalves – autora do premiado romance Um Defeito de Cor (Record, 2006) –, que tem textos utilizados na peça.
No espetáculo “Um Preto” o grupo traz novamente a questão racial, discutindo a constituição do corpo preto e a dimensão da existência negra num mundo branco, buscando respostas por meio da da linguagem cênica.
Ficha Técnica:
Criação, Direção e Dramaturgia: Felipe Oládélè
Trilha Sonora Original: Felipe Storino
Projeções: Fabiano Lana
Colaboração: Ramon Brant, Grace Passô e Clovis Domingos
Direção de Produção: Gabrielle Araújo [Caboclas Produções]
Realização: Companhia Negra de Teatro